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Mostrando postagens de 2021

Casulo

 Eu estou num casulo. Ele é feito das minhas cobertas. Deixá-lo de manhã exige um esforço sobre humano e sempre que tenho uma oportunidade eu volto pra ele. Meu casulo é quentinho e confortável, mas isso não impede ele de ser doloroso. Quando eu tô nele eu tenho muito tempo livre pra pensar. E pensar é a última coisa que eu quero. Porque ness momento os meus pensamentos não são agradáveis. Eles me mostram coisas que eu perdi. Memórias do passado que nunca mais iram se repetir. Me dizem pra fazer coisas que eu sei que vou me arrepender depois. Sussurram pra mim os meus defeitos. Todos eles, até os que eu não sabia que existia e talvez não existam mesmos. Mas nesse momento eles parecem reais. Em um momento tudo o que eu quero é sair do casulo e fazer mil coisas, me reinventar de vários jeitos diferentes. Mas depois eu me pego voltando pro conforto do casulo. E passo as próximas horas me repreendo por ser uma inútil que não faz nada. É doloroso e fico me perguntando se todo aquele pr...

Sei lá

 Sei lá.       Tem alguma coisa errada comigo, só não sei o que ainda. Meu humor andou instável na ultima semana. Principalmente raiva. Coisas pequenas me deixavam com raiva. Essa semana é choro. Desde ontem eu sinto uma vontade enorme de chorar e eu nem sei por quê.      Eu também não sinto vontade de fazer nada. Isso começou de sábado pra cá. Não tenho vontade de trabalhar, vontade de estudar e nem de manter uma conversa com alguém.      Eu não gosto dos meus estudos. Não sinto excitação pelas matérias. É diferente daquilo que imaginei e gosto de fazer. Estudar é cansativo pra mim. Provas e provas, prazos que tenho que correr. Pareço um zumbi indo de um prazo pro outro.      Não sei se é estresse, a semana antes do dia da mulher foi uma merda. Salete desanimada falando até em fechar a loja e isso só me deixou nervosa.      Eu quero chorar, mas não quero chorar sozinha. Quero que o kanki me abr...

Pequena

 AVISO DE GATILHO “Eu cometi o erro de entrar na casa enquanto ele tava lá. Eu lembro que precisava pegar uma fralda pra minha priminha, filha dele aliás. Não tinha ninguém na sala então entrei no quarto. Ele tava deitado em cima da cama se masturbando. Ele me viu, viu que eu estava olhando e sorriu. Continuo a se masturbar olhando diretamente pra mim. Eu virei as costas e fugi, me escondi atrás de um colchão na casa do meu pai. Eu fiquei lá chorando e me balançando. Eu estava com medo, confusa. Eu não entedia a gravidade daquilo. Eu não conseguia nem entender por que eu tava chorando. Eu só sentia medo.” O que eu diria pra mim naquele momento? Eu ia me sentar do lado dela atrás daquele colchão. Eu ia abraçar ela e dizer : - Eu te protejo, nada mais de ruim vai te acontecer. Você está segura. Mas você precisa entender que o que tá acontecendo é errado e não é culpa sua. Ele é um monstro, ele é o quebrado, não você. Eu sei que você está com medo e assustada. Mas eu te prometo que is...
 Eu fui e agora não sei como voltar. Só um “Oi” não basta. Mas como eu posso explicar pra ele algo que nem eu entendo. Podem ser meus hormônios ou pode ser qualquer outra coisa. Eu me sinto ridícula. Tudo é ridículo, esse texto é ridículo. A voz na minha cabeça grita comigo me dizendo que não é certo sumir assim. Mas ela também se cala quando eu pergunto como voltar. Eu não quero parecer fraca, mas quero ser cuidada. Mas ao mesmo tempo eu só quero me isolar de tudo. Sinto saudades da praia e do mar.