Eu vejo Unicórnios Mortos

 O que te faz levantar da cama? Qual o motivo que te faz seguir em frente. Em dias como hoje eu não sei responder a essa pergunta. A única razão pela qual eu continuo em frente é o meu instinto de lutar. De não desistir. Eu não sei pelo o que eu estou lutando, mas sei que existe um motivo.  Em algum lugar no início dessa trajetória houve uma razão, eu apenas não consigo enxerga- la agora. Está escuro demais pra isso.  Então eu luto as cegas, rezando pra que não demore muito pra minha cabeça emergir desse mar turbulento e poder respirar novamente.

 Sinto falta dos teus toques no meu pescoço e na minha orelha. Saudades dos seus braços ao redor da minha cintura e da sua boca na minha. Suas mordidas esquisitas na minha mão. Sinto saudades da sua mão na minha coxa e de poder colocar a minha na tua. Como se dizendo pro mundo “ele é meu”. Procuro nas mãos de estranhos os mesmos calos que tinham nas suas. A mesma aspereza que sentia quando nossas mãos se encontravam numa tarde qualquer andando pelas ruas da barulhenta Porto Alegre. Quando você conversa comigo desejo intensamente que dos seus lábios saiam os apelidos carinhos do qual você me chamava. Mas o pior de tudo é que sinto falta das coisas que não vivemos. Uma madrugada de maratona na Netflix. Uma manhã preguiçosa na cama. Ser acordada no meio da noite pelas suas carícias íntimas. Sonho com o dia em que você irá me olhar e dizer “sinto sua falta.” Mas também temo que este dia nunca chegue.