Monstro ²
Monstro
O fone está nos meus ouvidos. A música está no último volume. É uma cacofonia de sons e batidas das quais eu não estou prestando nenhuma atenção.
E isso é ruim, pois o motivo de eu estar com os fones no volume máximo é para me distrair da raiva enorme que eu sinto nesse momento. Ao que parece não esta dando certo.
Nesse momento estou dividida entre a vontade enorme de gritar até toda essa raiva ir embora, ou chorar até não poder mais.
Infelizmente nenhuma das opções é viáveis.
O que me resta é guardar tudo dentro de mim. Deixar esses sentimentos me matarem por dentro. Mas isso não seria novidades. Sentimentos piores já mataram grande parte do meu antigo eu.
As vezes eu me odeio. Odeio minha mãe e minha família. Odeio que eu seja incapaz de controlar a minha raiva, deixando que ela me controle e machuque quem eu amo.
Eu quero culpa- lo. Dizer que eu sou assim por causa dele. Mas a verdade é que a culpa é inteiramente minha. Eu sou um monstro.
Sim eu sou, eu abandonei meu pai, prefiro a companhia de amigas que estão a quilômetros de distância do que a da minha mãe. Sou um monstro, porquê mesmo tendo ciência de como eu machuco as pessoas, não vou tentar mudar nada disso.
Enfim, esse texto começou com um conceito e terminou em outro. Ele está uma bagunça total. Igual a mim.
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