Eu não sei
Eu não sei.
Eu realmente não sei o que escrever nesse texto. Eu só o estou escrevendo, pois minha psicóloga me pediu para fazer isso quando estivesse sentindo algo fortemente. Mas a verdade é que eu não sei como descrever tudo o que eu sinto agora.
Tem a raiva, o medo e a decepção. Todos ligados aos recentes acontecimentos da Armylandia. Eu realmente não quero me aprofundar nisso por que não faço idéia de como começar.
Então eu jogo isso pra escanteio. Mas não ajuda em nada porque a situação do meu pai acaba ganhando palco em minha mente. As vezes parece que ele está morto, o que de certa forma é verdade. O homem que ele era não existe mais. Foi consumido pela demência.
Mas o corpo ainda está aqui, exigindo cuidados e atenção. E não sou eu a pessoa que está responsável por isso. E eu fico aliviada por isso. Só de me imaginar cuidando dele eu fico apavorada. Como que eu vou trocar a fralda de um homem que até 3 meses atrás era completamente independente e auto suficiente?
Eu sinto tristeza, e também uma auto cobrança. Me cobro pra tomar uma atitude, fazer algo. Mas ao mesmo tempo eu também não quero. É confuso demais.
Eu olho pra minha irmã e vejo ela de consciência limpa, bem resolvida com a decisão dela de não se envolver. Eu queria ser assim. Queria olhar pra frente sem me preocupar com o que fica pra trás.
Eu me pergunto se toda essa bola de neve que eu sinto é em decorrência do amor pelo meu pai, ou apenas uma tentativa de ficar bem aos olhos dos meu vizinhos, amigos e parentes.
Eu não sei.
Domingo 31/05 3:55 da madrugada.
Comentários
Postar um comentário